Milhares de pessoas morreram e outras centenas estão desaparecidas.
Sobreviventes aguardam ajuda em áreas isoladas e de difícil acesso.
Chuvas, enchentes e consequentes deslizamentos de terra deixaram milhares de chineses, paquistaneses e indianos mortos e desabrigados nos últimos dias. Equipes de resgate lutam para encontrar sobreviventes e retirar famílias de áreas ainda em risco. Veja a situação de cada país atingido pelas chuvas: China
Deslizamentos atingiram neste domingo (8) uma cidade no noroeste da China, matando pelo menos 127 pessoas e deixando quase 1.300 moradores desaparecidos, enquanto equipes de resgate cavavam em casas soterradas e tentavam explodir escombros que estão bloqueando rios.
A massa de água, lama e pedras atingiu o Condado de Zhouqu, na Prefeitura Tibetana Autônoma de Gannan, na província de Gansu, uma região dominada por precipícios e morros, após chuvas torrenciais terem caído no final do sábado, informou a agência de notícias Xinhua, citando autoridades locais.
O escoamento das chuvas causou um deslizamento de terra no rio Bailong, que passa pela cidade de Zhouqu. O rio, bloqueado em um pequeno vale, passou então a transbordar, causando enchentes e deslizamentos que atingiram a cidade após a meia-noite, danificando uma pequena usina hidrelétrica e deixando pelo menos 127 mortos, de acordo com a Xinhua.
Mais chuvas são esperadas no rio na terça-feira.Uma vila com 300 casas foi soterrada, segundo informações oficiais.
"É muito difícil localizar as pessoas que são levadas por enchentes. É difícil dizer quais são suas chances de sobrevivência", afirmou He Youxin, autoridade da Polícia Armada do Povo que está organizando os esforços de resgate. "Como os escavadores não conseguem chegar ao local, só podemos usar pás e nossas mãos para resgatar os soterrados."
Cerca de 2.800 soldados e 100 membros de equipes médicas foram ao local para ajudar, e 5.000 tendas estavam sendo enviadas para a cidade, informou a Xinhua.
Paquistão
Ao menos 1.600 já morreram e 4 milhões aguardam ajuda nas piores enchentes nos últimos 80 anos no país.O preço de frutas e vegetais aumentou neste domingo, com mais de 405 hectares de plantações destruídas. As últimas mortes incluem ao menos 53 pessoas soterradas em dois vilarejos do norte de Gilgit-Baltistan, informou o oficial do governo Ali Mohamamd Sikandar.

Criança sobrevivente de enchentes caminha por ponte de madeira em Shah Alam, no Paquistão (Foto: Behrouz Mehri/AFP)
O Paquistão tem recebido ajuda internacional para fornecer comida e abrigo para os afetados pelas cheias. O número de afetados pode subir, já que as chuvas não pararam. As buscas e resgates são prejudicados com a água ininterrupta. O rio Indo transbordou próximo à cidade de Sukkur, no sul da província de Sindh, neste domingo (8), alagando o vilarejo de Mor Khan Jatoi. "Estamos sentados aqui com nada nas mãos; sem abrigo, sem comida. Estamos desprotegidos e sofrendo", disse à agência Associated Press Allah Bux, vítima das chuvas.
O enviado especial da ONU à região, Jean-Maurice Ripert, disse que seriam necessários bilhões de dólares para ajudar na recuperação do desastre.
Índia
Na Caxemira indiana, as equipes de resgate lutam para encontrar 500 pessoas desaparecidas após as chuvas terem matado 132. Outras 500 pessoas estão feridas.
As fortes chuvas não haviam sido previstas para a região. As águas danificaram casas, torres de telefonia e edifícios governamentais na cidade de Leh, no Estado de Jammu e Caxemira. "A rápida inundação e os deslizamentos de terra pegaram as pessoas de surpresa durante a noite e destruíram suas casas", disse o ministro de Turismo da Caxemira, Nawang Rigzin Jora.
Mais de 6 mil soldados indianos estão envolvidos nas operações de socorro e ajuda, afirmou um porta-voz militar.
"Por enquanto várias centenas de pessoas foram resgatadas pelo Exército, 270 vítimas foram recebidas no hospital militar", disse em comunicado o Ministério da Defesa.

Famílias carregam pertences pela principal avenida de Choglamsar, em Leh, na Índia (Foto: Gurinder Osan/AP)
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